terça-feira, 28 de junho de 2011

Distrito de Calama pode ser “engolido” pelo Rio Madeira


Por Marina Espíndola

Com cerca de três mil habitantes, Calama tem uma vida tranqüila, mas a sua população se ressente das dificuldades de acesso a saúde, a educação e ao emprego. O Rio Madeira, que é fonte de renda para os ribeirinhos e o único meio de acesso ao Distrito, também é uma ameaça, devido às intensas erosões que suas águas provocam nos barrancos. Aos poucos a parte mais antiga está sendo engolida, colocando em risco o patrimônio histórico do lugar.

Os moradores reivindicam a construção de proteção para as áreas que estão em risco. Segundo eles a vida dos moradores, principalmente de crianças e idosos, está em constante risco por conta dos desmoronamentos.

Outra preocupação dos moradores de Calama está na possível perda do patrimônio histórico da cidade. De acordo com a comunidade a erosão iniciou com mais intensidade há pelo menos 15 anos. Com o período das cheias que compreende o inverno amazônico o volume das águas aumenta consideravelmente.

Conforme relatou o morador, Fernando Farias, 30 anos, o período das chuvas no ano passado fez com o que o nível do rio subisse “engolindo” cerca de dois metros da frente do distrito. “O próximo inverno se inicia em novembro e vamos perder mais uma boa parte da entrada do nosso povoado e nada será feito. É triste para nós quer nascemos e moramos aqui presenciar o desmoronamento. Em poucos anos tudo isso vai desaparecer e o poder público continua inerte”, lamentou Fernando.

Segundo os moradores no início deste ano, técnicos da Defesa Civil, estiveram na localidade e informaram que a solução seria a construção de um muro de arrimo para conter o processo de erosão. Mas de acordo com a população de lá para cá, nenhuma atitude concreta foi tomada com vistas à solução do problema.

Dona Bentinha do peixe, como é conhecida uma das moradoras mais antigas de Calama, relembra com muita saudade das missas que costumava freqüentar na Igreja São João Batista. “Essa igreja foi construída na década de 40, nela eu fui batizada e até me casei. Espero que haja solução para o que está acontecendo. Mas se demorar muito a nossa igrejinha será tragada pelo rio e junto com ela vai a história de centenas de moradores”.

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